O caminho da Graciosa, foi aberto a partir de uma trilha primitiva utilizada pelos índios, na ligação entre o litoral e o planalto. Relatos de historiadores dão conta que esta trilha foi também, descoberta por faiscadores e mineradores de ouro que passaram a dela se utilizar para subir a serra e chegar ao planalto. Por ser mais longo que os outros dois caminhos existentes foi, praticamente, abandonado pelos viajantes apesar das muitas tentativas de melhorias, feitas para obter- se um traçado que facilitasse o trânsito de muares com carga.
Em 1721, o Ouvidor Pardinho em um de seus famosos Provimentos, determinou melhorias naquela trilha, para permitir o trânsito permanente de comboios de animais de carga. A abertura definitiva deste caminho foi ordenada apenas em 1807 pelo Governador Geral da então Capitania de São Paulo, o General Antônio José da Fonseca e Horta que obrigou as populações de Morretes e Antonina a contribuírem com recursos em dinheiro e trabalho braçal, na execução da obra.
Em 1820, novos melhoramentos foram ordenados por D. João VI, atendendo a reclamos das populações das Vilas de Paranaguá e Curitiba.
Em 1853, no dia seguinte a sua posse como primeiro presidente da recém criada Província do Paraná, Zacarias Góes de Vasconcelos determinou o início dos estudos para melhoria das ligações entre o litoral e o planalto, através da Serra do Mar, pelo Engenheiro Militar Henrique Beaurepaire Rohan, o qual concluiu que entre os três caminhos existentes, seria o da Graciosa aquele que melhor se prestaria ao fim pretendido, apesar de que segundo ele não poderia ser utilizado, como estava, no trecho da serra, por apresentar rampas, extremamente íngremes na subida, impossibilitando o tráfego de carros, ao que propôs um novo traçado para o mesmo.
Em 12 de agosto de 1854, através da Lei Imperial no 9, D. Pedro II autorizou ao Governo da Província o início das obras da Estrada da Graciosa. Esta estrada foi entregue ao tráfego, apenas no início de 1873, sendo a segunda estrada calçada do País e ficou sendo, por mais de 100 anos a única ligação carroçável entre o litoral e o planalto, no Paraná. Romário Martins registra em seu livro “História do Paraná” que os trabalhos na Graciosa foram conduzidos, sucessivamente, pelos engenheiros: Henrique Beaurepaire Rohan, Saturnino Francisco de Freitas Villalva, Marine Chandler, Antonio Pereira Rebouças Filho, Francisco Antonio Monteiro Tourinho e pelos ajudantes dos dois últimos, engenheiros Luis Pereira Dias, Gottlieb Wieland, Maurício Schwartz, Luis Azambuja Parigot e Roberto Ziempsen. É interessante comentar que enquanto administrava esta obra, Antonio Pereira Rebouças Filho, auxiliado por seu irmão André Rebouças, vislumbraram a possibilidade de construir uma estrada de ferro ligando Antonina a Curitiba. Consta que mais tarde, a ferrovia foi construída, no trecho da serra, sobre o traçado por eles, originalmente proposto, através da garganta do ITUPAVA.
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